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Pesquisa analisa crânio de dinossauro descoberto há 20 anos em Santa Maria

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Ilustração: Rodolfo Nogueira (arte) e Rodrigo Temp Müller (desenho do crânio)

Foi publicada nesta sexta feira, no periódico PLOS One, uma pesquisa que analisa ossos do crânio de um dinossauro brasileiro descoberto no final do século passado nos arredores de Santa Maria. O estudo do dinossauro denominado Saturnalia tupiniquim foi feito por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e da Universidade de São Paulo (USP).

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Os ossos estavam inseridos nos fragmentos de rocha em que foram encontrados e não podiam ser analisados por conta da fragilidade do material e dos procedimentos de preparação disponíveis serem muito arriscados. Contudo, o estudo do crânio do Saturnalia se tornou possível graças ao uso de um microtomógrafo instalado no Centro para Documentação da Biodiversidade, no Departamento de Biologia da USP em Ribeirão Preto. 

O QUE É MICROTOMOGRAFIA?
A microtomografia é uma técnica de análise que auxilia visualmente no desenvolvimento de pesquisas em diversos tipos de materiais. Por muito tempo, foi utilizada somente como uma ferramenta de diagnóstico médico. O pesquisador paleontólogo Rodrigo Müller, que participou da pesquisa, explica que "no Brasil é uma técnica recente na área de pesquisa por ser um aparelho muito caro". Com o uso da microtomografia computadorizada, os ossos do crânio do Saturnalia puderam ser reconstruídos virtualmente, em modelos 3D. 

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CRÂNIO TINHA MENOS DE 10 CM
Os Saturnalia viveram há 230 milhões de anos atrás e pertencem a linhagem dos dinossauros Sauropodomorpha. Seus descendentes são um dos maiores animais a pisarem na terra. Contudo, animais como o Saturnalia eram pequenos, tinham cerca de 1,5 metros de comprimento e pesavam menos de 30 kg.

Através do estudo, os pesquisadores concluíram que o tamanho da cabeça do dinossauro tinha menos de 10 cm de comprimento, bastante pequeno em relação ao tamanho do animal. Saturnalia possuía um pescoço longo, um crânio pequeno e leve o que indica maior agilidade e mobilidade para movimentos de cabeça e pescoço, isso fornecia maior eficiência na captura de presas como pequenos vertebrados ou insetos.

Além disso, a pesquisa encontrou indícios da evolução da dieta desses animais, onde as formas mais antigas alimentavam-se de pequenas presas, enquanto que as formas mais avançadas acumularam características que ajudaram na aquisição de uma dieta herbívora.

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SOBRE OS AUTORES
O estudo publicado no periódico científico PLOS One foi liderado pelo pós-doutorando do Departamento de Biologia da FFCLRP-USP, Dr. Mario Bronzati Filho, e contou com a participação do professor Dr. Max C. Langer, da mesma unidade, e do paleontólogo Dr. Rodrigo Temp Müller, do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (CAPPA) da UFSM. A pesquisa teve apoio financeiro do CNPq.

CAPPA
Quem tiver interesse em conhecer os dinossauros da região central do RS, assim como outros fósseis, pode visitar o Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (CAPPA/UFSM) no município de São João do Polêsine. O Centro fica aberto para visitação de segunda a sábado em horário comercial e a visita não tem custo. O contato pode ser feito pelo telefone (55) 3269-1022 ou pelo e-mail: [email protected].

  • Onde - O Cappa fica localizado na Rua Maximiliano Vizzoto, 598, em São João do Polêsine
  • Quando - O local está aberto ao público de segunda a sexta-feira, das 9h ao meio-dia e das 13h30min às 17h, e aos sábados, das 9h às 17h
  • Atividade - Anualmente, em outubro, em data próxima ao Dia das Crianças, o Centro organiza o Paleodia. Na programação do evento, há caça ao fóssil, onde as crianças têm a oportunidade de serem paleontólogas por um dia e procurar por réplicas de fósseis de dinossauros enterrados na areia, outras brincadeiras, projeções de filmes e bancas de produtos coloniais
  • Informações - Para uma visita guiada em grupo, é preciso agendar pelo email [email protected] ou pelo telefone (55) 3269-1022

*Colaborou Pablo Furlanetto

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